sábado, 9 de julho de 2011

Entrevista com Anna Torv, do elenco de Fringe

Uma revista da itália, ScifiNow publicou uma entrevista com a atriz Anna Torv (Olivia Dunham). Confira abaixo: 
Fringe está agora na quarta temporada de mistério e personagens transcendentais que pertencem a outros mundos, de paranormal e ciências ocultas. Esta é uma mistura de ingredientes bem calibrada que deu origem a um dos mais intrigantes projetos de TV ao longo dos últimos dez anos. Mas o que você acha que está por detrás da popularidade desta série?
Eu não consigo explicar as razões por detrás do sucesso de Fringe. Eu acho que muito depende do fato de que a série não é especificamente de fantasia, sci-fi ou horror, mas sim uma série que consegue juntar os problemas malucos dos mundos, das vidas e das emoções das personagens e especialmente focando as suas relações. Tal como na segunda temporada, onde é explorada a relação entre pai e filho: isto permite às pessoas simpatizarem com os personagens. Eu penso que Fringe é um show bem construído que todos podem apreciar, mas nunca imaginei todo este sucesso.  

Olivia Dunham é uma personagem complexo que tem estado a evoluir por três anos, e é agora parte de você. Mas quanto é que ela é uma parte de você? E como ela influenciou a sua vida?


É engraçado porque eu acho que a Olivia é muito calma e séria e também viaja muito pelo mundo, e eu não. Uma altura muito entusiasmante para mim foi no final da segunda temporada, quando eu viajei até ao universo paralelo para conhecer as nossas versões alternativas. Quase toda a terceira temporada é no universo paralelo, onde conhecemos duas “Olivias” e eu tive de trabalhar muito para encontrar um equilíbrio entre a Olivia velha e a Olivia nova.  

Como você entrou em Fringe? Como se tornou parte desta equipe?
 Eu estava na Austrália e fui até Los Angels depois de receber uma chamada pedindo para ir a uma audição online para a personagem Olivia. Eu já tinha feito audições para outros shows, e eu tive muita sorte porque eu conheci um diretor de elenco que já me conhecia e sabia como eu atuava. Foi com um homem adorável com quem eu tive uma das audições mais relaxantes da minha vida. Eu voltei para a Austrália e na manhã seguinte eles telefonaram-me a dizer que eu tinha conseguido. No dia seguinte eu viajei para Los Angels onde conheci JJ Abrams, que estava a filmar Star Trek e fui levada para cena como se ele fosse o comandante da Enterprise. Nós começamos a filmar o piloto dois dias depois, foi tudo muito rápido. A partir daí, a minha vida mudou.  

Fringe é sem dúvida a série com mais sucesso de 2011 e herda, de alguma forma, o sucesso de outro grande show de TV: X-Files. Duas histórias diferentes e originais, mas com tantos pontos de contato que por vezes coincidem. Quais as diferenças entre Dana Scully e Olivia Dunham?
Primeiro, sempre que alguém associa Fringe a X-Files: eu considero-o um grande elogio. Eu acho que as diferenças entre Scully e Olivia são consideráveis. No meu ponto de vista, Scully é muito mais elegante que Olivia, que tende a ser mais uma garota da cidade. Scully também é a mais objetiva e sabe como controlar a situação, enquanto a Olivia está sempre a perguntar as opiniões de outros membros da equipe. Em Fringe, muitas histórias da série estão muito relacionadas com eventos que acontecem a Olivia e Peter.  

Nos tempos de X-Files, os fãs esperaram ansiosamente pelo episódio em que Mulder e Scully se beijaram. O mesmo aconteceu em Fringe: Que impacto você acha que a intimidade entre Peter e Olivia teve no público?
Eu acho que agrada ao público que Olivia e Peter estejam juntos. Eu acredito que era algo inevitável, mas levou algum tempo até que os dois se beijassem. Também não foi fácil devido aos grandes obstáculos que eles encontraram e que atrasara esse momento, por exemplo situações embaraçosas como sentar-se na mesa da cozinha a falar com Walter sobre as suas ações quando Olivia era uma criança. Depois na terceira temporada, tudo parece estar a resultar entre eles, e de repente Peter e Olivia são catapultados para o universo paralelo e as coisas são novamente mais complicadas e não apenas para a sua história de amor.  

O que você pensou quando ouviu falar em ter de dividir a terceira temporada da série?
Eu sempre interpretei a nossa Olivia seriamente, apenas rindo pouco, e depois quando eu leio um texto do universo paralelo em que vamos conhecer os nossos duplos, para mim foi como ir à lua, eu estava entusiasmada com a ideia como todos nós estávamos, porque eram grandes notícias para a série e eu acho que deu um dinamismo extra à história.  

Uma grande responsabilidade: os tempos agitados em cena, usando as roupas da Olivia e depois despir e vestir as da segunda Olivia, talvez talvez sem o tempo necessário para assimilar os personagens. Qual a parte mais difícil desta “divisão”?
Eu acho que a dificuldado real foi precisamente interpretar uma personagem totalmente diferente. Mas eventualmente eu apercebi que as duas “Olivias” fazem exatamente o mesmo trabalho e têm também o mesmo tipo de amizades. Elas são muito semelhantes apesar das suas diferenças, o que apenas existem graças às suas experiências, esta é a única razão porque as duas personagens são diferentes. A nossa Olivia é honesta, séria e tenta sempre ser a melhor. A outra Olivia é muito competitiva e tenta ganhar a qualquer custo. Assim, isto muda a forma como elas fazem o seu trabalho.  

Você acha que a Olivia alternativa tem algumas qualidades que a Olivia gostaria de ter?
Sim, não ser tão triste. Na terceira temporada nós temos a oportunidade de observar as personagens de trás para a frente entre universos paralelos, mas as duas têm pontos de vista completamente diferentes e objetivos diferentes. Elas tiveram experiências diferentes e agem de forma diferente, eu posso dizer que as duas personagens são pontos de vista completamente opostos. A Olivia deste universo leva tudo muito a sério, como uma questão de honra, enquanto a outra Olivia é um pouco mais covarde.  

Na segunda temporada nós vimos a Olivia “reprimida” que de alguma forma nunca achou uma maneira de encontrar um ponto de contacto com as suas emoções. Na terceira você tem duas versões da Olivia e uma delas é muito mais livre para expressar as suas emoções, esta mudança foi positiva para você?
Sim, eu acho que interpretar outra Olivia foi uma oportunidade fantástica. Ajudou-me muito no meu crescimento profissional. A outra Olivia é muito dinâmica, capaz de levar as coisas com mais calma, não é completamente dedicada ao seu dever, nem é condicionada pelo que ela tem de fazer todos os dias. Eu amo a primeira Olivia, mas a outra Olivia deu-me a oportunidade de me provar a mim mesma em cena na terceira temporada.  

O que pode antecipar ou planear para a quarta temporada? Os últimos rumores dizem muitas coisas, Seth Gabel vai interpretar um agente do FBI no universo alternativo…
Sim, de facto eu estou muito entusiasmada para isto, ele é um homem maravilhoso e um ator talentoso. Isso vai dar uma dinâmica extra à série e trabalharmos juntos vai ser divertido, definitivamente. Infelizmente eu não sei muito sobre a quarta temporada, ou posso até fingir que sei depois das revelações do fim da terceira.  

Nos episódios, havia sessenta e cinco tópicos diferentes, qual acha o mais fascinante?
Eu tendo a preferir os episódios onde há magia/mágica. Na primeira temporada eu encontro-me a viajar em pesadelos e memórias da livia, agora eu adoro os episódios onde eles estão no universo paralelo.  

Há algum episódio na terceira temporada onde o espírito de William Bell se muda para o corpo da Olivia. Houve dificuldade em interpretar um papel masculino?
Foi difícil porque pareceu-me “errado” para o Leonard Nimoy, que é um homem fantástico e um ator talentoso e eu não queria fazer pouco ou interpretar mal o seu personagem. Eu estava mesmo aterrorizada. Ele reparou nisso e depois ajudou-me dando-me sugestões. O problema foi também o seu sotaque, sendo Americano e eu sendo Australiana, portanto isso não foi fácil de superar. Eu estava muito assustada também, eu acho que não tenha estado mais nervosa do que nesses episódios.  

Você nunca esperaria este desenvolvimento no início da série?
Não. Eu não sabia o que esperar quando eu comecei a trabalhar nesta série, mas excedeu todas as minhas espetativas, especialmente depois de ver o quanto as temporadas melhoram. E os escritores têm sido sempre atenciosos aos julgamentos dos nossos fãs e eu acho que Fringe pode evoluir e melhorar ainda mais e eu não acho que seja algo que acontece a todas as séries de televisão.  

Como você vê a sua carreira depois de Fringe? Então você está a planear continuar trabalhando em séries ou quer ir para os filmes?
Eu não tenho ideia do que vai acontecer depois de Fringe. Neste momento eu estou muito feliz e satisfeita com o trabalho que estou fazendo. É engraçado porque eu vi a série crescer desde a primeira temporada até agora e isso dá-me uma sensação fantástica, porque foi difícil. Foi a minha primeira experiência num trabalho que foi tão exigente e exaustivo, mas eu estou mesmo feliz.

Tradução: Cortexiphan.net
Fonte e Créditos: Blog As Melhores Séries

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