Você é um grande fã de zumbis só porque trabalha em Hollywood?
Sim, tem muito deles nesse ramo. Mas sempre quis trabalhar com isso desde quando vi a versão original de A Noite dos Mortos-Vivos em preto e branco. Na época, isso não era algo grande como é hoje, como vem se tornando nos últimos cinco anos.
Mas The Walking Dead não foi algo fácil.
Deus, não. Tentei fazer esse projeto dar certo por cinco, até que a AMC finalmente pegou. Essa foi a única vez que quis fazer uma série pra televisão, mas estava desanimado pois fique muito tempo tentando sem resposta alguma. Esse projeto era considerado algo diferente, mas sempre fiquei com pensamento positivo, dizendo que as pessoas estavam esperando por uma série excelente sobre zumbis. É preciso um pouco de coragem para apostar em algo que nunca havia sido feito antes. Tenho que agradecer à AMC por isso.
Deu muita atenção ao Emmy?
Sabe, um pouco. E é incrível fazer parte dessa conversa. Estávamos loucos para sermos indicados ao Globo de Ouro, ao DGA e ao WGA pela primeira temporada. Mas essas coisas estão fora de nosso controle.
Há muita hostilidade sobre você na internet: como você é impossível de trabalhar e totalmente fora de si. O que acha que é isso?
Não faço ideia do porque disso, sou um anjinho. Sou o cara mais fácil de se trabalhar, a não ser que haja algo de errado. Coloco fidelidade naquilo em que acredito.
Mas isso deu o que falar em Novembro passado quando demitiu a equipe de roteiristas.
Vou começar pelo óbvio: tudo exagerado. Pareceu que assassinei doze pessoas em um dia. Quer saber quantos roteiristas foram demitidos? Dois. Achei que era necessário uma mudança. Fiz muito disso ano passado, e olha que foram apenas seis episódios. Nesta temporada, são treze episódios, e pra isso contratamos uma fantástica equipe de roteiristas. Tem o Glen Mazzara, meu braço direito na sala, e o consideramos fantástico. Temos também outros três roteiristas: Scott Gimple, Evan Reilly, e Angela Kang. Além disso temos Robert Kirkman como produtor executivo, que escreveu os quadrinhos originais.
E sobre esse mundo que Kirkman criou?
Somos muito gratos à ele. Ele sabe diferenciar a televisão dos quadrinhos. Uma das coisas que me atraiu à isso foi a inteligência que Kirkman teve em incorporar os personagens e sua jornada na tentativa de sobreviver neste mundo. Foi uma abordagem muito adulta. E felizmente temos anos para contar essa história, já que estamos na televisão.
Como está a evolução da série na segunda temporada?
É justo dizer que a primeira temporada foi focada mais nos conflitos entre os personagens, os quais serão mais explorados na segunda temporada. Encontramos algo enorme entre Rick e Shane, o que nos deixa ansiosos para colocarmos mais e mais conflitos no meio e ver como tudo terminará.
No que o AMC tem contribuído?
Somos sempre avaliados, mas nada que não faça sentido. Temos uma parceria muito boa com o canal, às vezes temos que ceder, outras vezes eles cedem. A forma de trabalharem é excelente e, acredite, estou nesse ramo à 25 anos, sei do que estou falando.
Como é trabalhar na TV em comparação ao cinema?
No final do dia os atores atuam da mesma forma. A equipe dedica-se também da mesma forma. A diferença maior é que, em filmes, escrevemos histórias curtas. Na TV temos que fazer nossas ideias darem certo da forma mais barata. Mas o processo é feito da mesma forma, só um pouco mais acelerado, sem falar que é ótimo contar histórias dessa forma, não há tempo pra ficar revisando se está tudo perfeito. As rodas estão em constante movimento, e amo isso na televisão. Se eu soubesse o quanto era divertido, eu teria feito isso anos atrás.
Entrevista traduzida pelo site Walkers Brasil.
Fonte e Créditos: Blog As Melhores Séries
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